O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, escolheu o Brasil como destino da primeira viagem oficial de seu novo mandato. Nesta quinta-feira (21), a presidenta Dilma Rousseff recebeu Vázquez no Palácio do Planalto para discutir a troca permanente de energia elétrica entre os dois países. Outro ponto de consenso é a necessidade de um avanço nas negociações para um acordo comercial do Mercosul com a União Europeia.
“O propósito é estabelecer um processo de intercâmbio permanente de eletricidade entre nossos dois países. São fruto de um acordo inédito entre o Brasil e o Uruguai, atualmente em negociação que, ao integrar Brasil e Uruguai do ponto de vista elétrico, será exemplo e modelo para futuras parcerias do Brasil em toda a América do Sul”, afirmou Dilma.
A presidenta citou o caso da linha de transmissão de 411 quilômetros San Carlos (no Uruguai)–Candiota (no Rio Grande do Sul), concluída em abril deste ano e que foi bancada pelo fundo financeiro do Mercosul. Esta linha permite a interligação entre os dois países. O próximo passo é a interconexão com o Parque Eólico de Artilleros, primeiro projeto de geração de energia da Eletrobras fora do País.
Outro ponto importante citado pela presidenta Dilma é o edital de licitação das pontes no rio Jaguarão, a ser lançado até setembro de 2015. Trata-se da restauração da Ponte Internacional Barão de Mauá, que permitirá a preservação de um valioso patrimônio histórico. Ao mesmo tempo, será construída uma segunda ponte que vai dar uma opção para o transporte de pessoas e mercadorias entre o Brasil e o Uruguai.
União Europeia
No encontro, Dilma fez questão de destacar o empenho do Brasil para um avanço nas negociações de um acordo comercial com os europeus. “Fazer o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, este ano, é prioridade da agenda externa do bloco. Vamos propor à União Europeia que definamos, para o mais breve prazo possível, a data de apresentação simultânea das nossas ofertas comerciais”, disse a presidenta.
No âmbito regional, segundo Dilma, a preocupação é com a Venezuela. Ela defendeu uma solução pacífica e democrática para resolver as divergências do governo venezuelano com os oposicionistas.
“A Unasul, cuja presidência pro tempore é desempenhada pelo Uruguai – e que conta com a firme atuação do secretário-geral, [Ernesto] Samper –, tem papel fundamental a cumprir: estimula a moderação, o diálogo e o respeito às instituições”, ressaltou a presidenta Dilma. “O entendimento entre os venezuelanos interessa ao conjunto dos latino-americanos.”