Reunidos em Brasília, os presidentes aprovaram a entrada da Bolívia no bloco, a declaração sobre emprego e discutiram o acordo comercial com a União Europeia
por Portal Brasil
publicado:
17/07/2015 15h04
última modificação:
17/07/2015 15h45
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (17) que o Mercosul vai realizar mais acordos com outros blocos econômicos nos próximos anos. Segundo ela, os países do grupo devem fazer, por exemplo, a troca de ofertas comerciais com a União Europeia no último trimestre de 2015. Será um caminho para enfrentar os efeitos da crise que ainda atinge a economia mundial.
“Essa crise, no entanto, tem-se mostrado persistente. A recuperação das economias avançadas ainda é frágil e as perspectivas de um novo ciclo de crescimento global continuam incertas”, afirmou Dilma, na reunião plenária do 48a Cúpula dos Países do Mercosul, realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
“Estou certa de que a busca por novos mercados continuará a ser prioridade do Mercosul durante a presidência pro tempore paraguaia, e que todos seguiremos comprometidos em obter resultados concretos no mais breve prazo”, acrescentou a presidenta, que passou a presidência pro tempore para o paraguaio Horacio Cartes.
Acordos
Dilma lembrou que o Mercosul vem discutindo uma aproximação com países como Japão, Coreia do Sul, Tunísia e Líbano, além da Aliança do Pacífico (Colômbia, Peru, Chile e México) e da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). Para ela, o Mercosul não conta mais com o forte crescimento da China e os preços altos de produtos agrícolas e minerais.
“Essa situação passou a exigir políticas econômicas capazes de preservar as conquistas dos últimos anos e de propiciar a retomada do crescimento. Por essa razão muitos de nossos países encontram-se empenhados em reformas domésticas para melhor enfrentar esse cenário incerto”, avaliou.
Novo integrante
A reunião dos presidentes em Brasília aprovou o protocolo de adesão da Bolívia ao Mercosul, que já conta com Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. A aprovação da entrada dos bolivianos no Mercosul deve passar por uma análise dos parlamentos de cada um dos países do bloco.
“Temos muitas esperanças em integrar o Mercosul não só em termos de comércio, mas também cultural, social”, assinalou o presidente da Bolívia, Evo Morales.
Outra medida aprovada foi a extensão por mais dez anos do Focem (Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul), que destina investimentos para projetos nos países menores, principalmente Paraguai e Uruguai. “Esse fundo constitui umas das principais bandeiras da agenda positiva do bloco, ressaltou o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez.
Democracia
Na plenária, a presidenta Dilma destacou que os países do Mercosul mostram uma capacidade de lidar com diferenças e disputas políticas. Segundo ela, a região sofreu com ditaduras há 40 anos e tem uma democracia que amadurece a cada dia. “Temos de persistir nesse caminho, evitando atitudes que acirrem disputas e incitem à violência. Não há espaço para aventuras antidemocráticas na América do Sul”, ressaltou Dilma.
Na agenda política, os presidentes do Mercosul aprovaram a Declaração Sócio-Laboral, que define o trabalho decente como base de um processo de integração regional. “[A declaração] fortalece, igualmente, a negociação coletiva, a organização sindical e condiciona a participação de empresas em projetos financiados pelo bloco à observância dos preceitos ali estabelecidos”, disse a presidenta.
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Portal Brasil