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Medida Provisória propõe nova fase da reforma agrária no País

Quase um milhão de famílias já foram assentadas no Brasil. Desse total, apenas 15% têm o título da propriedade


por Portal Brasil


publicado:
16/12/2016 18h28


última modificação:
16/12/2016 20h06

Com o marido e os pais, a produtora assentada Kauane Volpato de Menezes, de 22 anos, cria porcos, galinhas e vacas de leite, para consumo próprio, em propriedade localizada no norte do estado de Mato Grosso, próximo ao município de Guarantã do Norte. A renda vem da engorda de cabeças de gado, vendidas para um frigorífico na cidade, distante 75 km por estrada de terra.

Além do orgulho da própria produção, Kauane e demais assentados da região também mostram com apreço seus títulos de terra própria, conquistados por meio do Programa Terra Legal. Antes considerados posseiros, eles agora comemoram a legalidade conquistada com a regularização fundiária. O título era um benefício que a gente precisava. Querendo ou não, você vai tentar pleitear um investimento, você precisa do título. Você tem uma segurança a mais”, explica Kauane

Para modernizar, dar mais transparência e simplificar os trâmites burocráticos para a reforma agrária no País, o governo federal encaminhará Medida Provisória com mudanças no programa de titulação de terras.  A MP será enviada ao Congresso Nacional e, posteriormente, assinada pelo presidente da República, Michel Temer. 

O documento atualiza as leis 8.629/1993, que trata da reforma agrária; e 11.952/2009, que regula a titulação de terras em estados da Amazônia pelo Programa Terra Legal. Atualmente, quase um milhão de famílias estão assentadas em terras espalhadas por todo o Brasil. Desse total, apenas 15% têm o título.

Segundo o secretário Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, José Ricardo Roseno, as alterações na legislação vão reduzir a quantidade de agricultores assentados sem o documento e, com isso, permitir que milhares de famílias tenham garantia jurídica, acesso a créditos e assistência técnica adequada.

Já em relação ao Terra Legal, Roseno destaca que, entre os resultados positivos da entrega de títulos na região amazônica, está o controle do desmatamento. “Há um estudo de que, em propriedade regularizada na área da floresta amazônica, o índice de desmatamento é reduzido em relação às outras propriedades que hoje não possuem dono.”