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Novas espécies de orquídeas são identificadas na Amazônia

Plantas foram localizadas nos arredores de Manaus por bolsistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia


publicado:
29/04/2016 15h00


última modificação:
29/04/2016 14h43

Novas espécies de orquídeas foram identificadas na Amazônia por um grupo de pesquisadores em biodiversidade do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), aumentando a lista de três mil espécies já registradas no Brasil. As novas espécies foram encontradas nos arredores de Manaus (AM) pelo bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI) Jefferson José Valsko. O INPA é ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Batizadas de Dichaea bragae e Anathallis manausesis, as duas orquídeas são uma homenagem, respectivamente, ao pesquisador do Inpa Pedro Ivo Soares Braga e à cidade de Manaus. De porte muito pequeno, a Anathallis manausesis é considerada uma das menores orquídeas da Amazônia. A sua flor possui apenas três milímetros de tamanho, as suas folhas têm aproximadamente um centímetro e o caule pode chegar a seis milímetros.

Segundo Valsko, cada orquídea possui uma pétala modificada, chamada labelo. Essa característica é importante para diferenciar uma espécie da outra. “A presença de pelos no labelo foi uma característica importante para definir que se tratava de uma nova espécie”, explica o pesquisador.

Os labelos, que exalam o perfume da flor, são responsáveis por atrair os insetos polinizadores. Essa pétala pode ser colorida e possuir diferentes formas.

Já a espécie Dichaea bragae, em homenagem ao orquidólogo Pedro Ivo Soares Braga, foi coletada ao norte de Manaus em uma área de floresta ombrófila, que possui chuvas intensas e constantes, e floresceu em cultivo um ano após a sua descoberta. Embora o caule e as folhas sejam grandes, a flor da Dichaea bragae mede cerca de cinco milímetros.

“O gênero Dichae está sempre associada aos musgos, por isso é quase imperceptível no meio ambiente. A planta se camufla no tronco das árvores”, relata o pesquisador.

Valsko explica que, na Amazônia, a maioria das espécies de orquídeas é de pequeno ou micro porte. As orquídeas podem ser encontradas em ambientes diferentes, desde terras firmes até ambientes alagados. Ele acrescenta que as orquídeas são plantas epífitas, que utilizam a árvore apenas como suporte e não absorvem os nutrientes da árvore.

“É comum para a população considerar as orquídeas como sendo plantas parasitas, que sugam os nutrientes das árvores. Mas isso é um erro. As orquídeas absorvem somente os nutrientes provenientes das chuvas que escorrem da copa”, afirma.

Ao longo de quatro anos, foram descobertas mais três espécies de orquídeas na Amazônia por Valsko e a equipe de pesquisadores. Entre as espécies descobertas estão a Dichae diminuta, Dichae fusca e a Anathallis roseopapillosa.

O INPA

Criado em 1952 e implementado em 1954  o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)  ao longo dos anos, vem realizando estudos científicos do meio físico e das condições de vida da Região Amazônica para promover o bem-estar humano e o desenvolvimento socioeconômico regional. Atualmente, o INPA é referência mundial em Biologia Tropical.

O INPA ainda possui três núcleos de pesquisas localizados nos Estados do Acre, Roraima e Rondônia.

Fonte: Portal Brasil, com informações do MCTI e do INPA