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Órgãos ambientais avaliam situação das queimadas na Chapada dos Veadeiros

Por meio da Força Aérea Brasileira e de órgãos de fiscalização ambiental, Governo do Brasil participa dos esforços para controlar o pior incêndio desde a criação do parque


publicado:
25/10/2017 17h16


última modificação:
25/10/2017 18h30

Grupo formado por aproximadamente 200 homens, quatro helicópteros, cinco aviões-tanque e um avião Hércules da Força Aérea Brasileira combatem o incêndio que atinge o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O fogo está consumindo a região desde o dia 17 de outubro. “A FAB tem feito lançamentos diários de água com o Hércules para amenizar e controlar as chamas”, relata o coordenador de prevenção e combate a incêndios do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck.

Além da força, cuja participação foi determinada pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, na última terça-feira (24), o Governo do Brasil participa dos esforços por meio do ICMBio, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Rodoviária Federal.

Também estão envolvidos a Polícia Militar do Distrito Federal, a Polícia Ambiental do Estado do Goiás, o corpo de bombeiros do DF e do Goiás, a prefeitura de Alto Paraíso (GO) e o Governo do Goiás. “Os voluntários também têm sido fundamentais, porque eles têm apoiado várias frentes: de administração, de combate junto aos brigadistas e também no fornecimento de suprimentos para complementar o que foi colocado à disposição pelo governo federal, como combustível e equipamentos”, afirma Berlinck.

Situação atual

Berlinck define como “complexo” o comportamento do incêndio, que rapidamente tomou grandes proporções e continua se alastrando. “Esse tem se mostrado o pior incêndio desde a criação do parque, com grande velocidade de deslocamento, labaredas e alta temperatura”, descreve. Criado em 1961, o parque engloba área de aproximadamente 240.6114 ha, dentro do bioma cerrado. 

É difícil estimar quanto tempo ainda é necessário para controlar as chamas. “Estamos sem perspectiva de chuva e os incêndios ainda são de grandes proporções. Na parte central do parque, o fogo já está controlado, agora estamos entrando em uma segunda fase do combate, para proteger casas, comunidades e a mata do Vale do São Miguel”, explica o coordenador.

Impacto e destruição

O cerrado  está adaptado apenas a incêndios que ocorrem naturalmente, perto da época das chuvas, causados por raios. “Incêndios no auge da seca são mais severos e têm maior impacto sobre a vegetação”, explica. A fauna também é afetada. As equipes que trabalham no combate ao fogo não encontraram animais mortos até agora, mas muitos bichos, sem água, alimento e refúgio, estão fugindo da área. “Danos são sentidos principalmente por animais que se reproduzem no início da época chuvosa.” Equipes do zoológico de Brasília estão na região para apoiar em caso de necessidade.

Lenta recuperação

Boa parte da vegetação impactada é de campo limpo, área sem cobertura de árvores, e de campo sujo, formado por gramíneas com baixa cobertura de arbustos e árvores. O primeiro tipo poderá se recuperar mais facilmente com a volta da umidade, na avaliação do ICMBio.

O grande problema é o fogo que atinge a área com árvores. Essa vegetação, segundo Berlinck, é mais sensível e tem recuperação mais longa, pois cresce mais lentamente. “Ela precisará de um aporte externo de banco de sementes para se recuperar. Outra preocupação que temos é proteger as veredas. O solo que mantém a vereda, formando os cursos de água da região, está queimando”, alerta.

Fonte: Governo do Brasil, com informações do ICMBio, da FAB e do Ministério da Defesa e do Ministério do Meio Ambiente