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Para especialistas, título de patrimônio da Serra da Barriga representa combate à discriminação

Instituições voltadas à defesa da história e cultura, sobretudo da população negra, avaliam que reconhecimento é uma forma de valorizar a cultura afro-brasileira


publicado:
12/11/2017 14h54


última modificação:
12/11/2017 18h33

Foto: Neno Canuto/ Governo de Alagoas

Serra da Barriga ganha título de patrimônio, que representa combate à discriminação

Para porta-vozes de instituições do governo dedicadas à defesa e à proteção da cultura brasileira, em especial da população negra, a concessão do  título de patrimônio cultural do Mercosul à região da Serra da Barriga (AL)  é um avanço para a preservação da memória e da história da resistência dos escravos no período colonial. O local abrigou o Quilombo dos Palmares, maior espaço de resistência de escravos durante mais de um século.

Para a diretora de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Carolina Nascimento, ações estão sendo planejadas para promover melhorias no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga. “Neste momento, em que casos de racismo estão se acirrando, o reconhecimento deste bem cultural é uma forma de combater a discriminação racial e valorizarmos a cultura afro-brasileira”, diz.

Para o diretor do departamento de articulação e fomento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Marcelo Britto, o reconhecimento internacional pode estimular a visibilidade e o turismo na área. “Um aspecto importante é a dinamização econômica, uma vez que o bem cultural ganha uma visibilidade para uma projeção de caráter nacional e internacional. Isso favorece iniciativas que tendem a promover o turismo cultural, a geração de empregos que podem ocorrer relacionadas a isso”, afirma.

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, participou da cerimônia de reconhecimento e concorda que o título pode colaborar para o desenvolvimento do turismo e, consequentemente, da economia da região. “Este é um lugar que tem todo um potencial para atrair turistas do mundo inteiro, pela sua relevância tanto no campo simbólico, como no campo histórico. Isso pode trazer desenvolvimento para a região e, sobretudo, desenvolvimento sustentável.”

O titular da Cultura considera que a região também vai atrair, a partir de agora,  investimentos, com impacto positivo na geração de empregos e renda para a comunidade. De acordo com o ministério, dados oficiais indicam que 1% de aumento no fluxo de turistas gera R$ 30 milhões na economia brasileira por ano.

Fonte: Governo do Brasil, com informações da Agência Brasil, da Fundação Cultural Palmares, do Iphan e do Ministério da Cultura