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População do projeto São Francisco recebe novas moradias

No total, 847 famílias serão beneficiadas entre 18 vilas, sendo que 80% delas não trabalhavam em terra própria. Nove vilas já foram entregues recentemente. O restante será finalizado até o final do ano


por Portal Brasil


publicado:
21/08/2015 18h03


última modificação:
21/08/2015 18h03

José Manoel da Silva, 76 anos, morava de aluguel em um pedaço de terra, nos arredores de Penaforte (CE), quando ficou sabendo que os canais do Projeto de Integração do São Francisco (PISF) iriam passar pelo terreno em que ele plantava milho, feijão e arroz. A preocupação inicial deu lugar à alegria. José, assim como as famílias que trabalhavam nos terrenos desapropriados, foi um dos beneficiados por uma Vila Produtiva Rural (VPR), que faz parte do Programa de Reassentamento de Populações do projeto São Francisco.

Mesmo sem ser dono da terra antiga, José recebeu um lote urbano na Vila Produtiva Retiro, em Penaforte mesmo, com meio hectare (500m2) e uma casa construída de 100m2, além de um lote produtivo de, no mínimo, 5 hectares, com uma parte irrigada. Há poucas semanas na casa nova, o agricultor comemora a mudança em sua vida. “Coisa que eu nunca pensei na minha vida era eu chegar, depois de velho, a ter a felicidade de ganhar uma casa e um terreno para trabalhar. Eu trabalhava para os outros e agora vou trabalhar em cima do que é meu”.

O lote urbano já tem água saindo da torneira para uso diário e começar a produzir no quintal de casa, mas ainda não é suficiente para começar a cultivar no terreno produtivo. Por isso, José terá que esperar chegar água dos canais do PISF, o que deve ocorrer no ano que vem. O primeiro passo foi dado nesta sexta-feira (21) quando a presidenta Dilma Rousseff entregou a primeira Estação de Bombeamento (EBI-1) do Eixo Norte, em Cabrobó (PE). Até lá, José e as outras famílias vão receber uma bolsa de um salário mínimo e meio para se manterem. Essa ajuda está boa demais. Estou usando para fazer a feira, ajudar os filhos”, disse.

Ao lado de sua esposa, Rosa Maria da Conceição, e dois dos nove filhos, José faz planos para seu terreno novo. “Aqui vou plantar feijão e milho quando chover. Quando o tempo melhorar, tiver a água e criar pasto, eu vou comprar uma vaquinha boa de leite, comprar umas galinhas, fazer um quintalzão bem feito aqui”, planeja.

No total, 847 famílias serão beneficiadas entre 18 vilas, sendo que 80% delas não trabalhavam em terra própria. Nove vilas já foram entregues recentemente. O restante será finalizado até o final do ano. Toda as VPRs possuem rede de água, energia elétrica e esgoto, posto de saúde, escola, espaço de lazer e áreas destinadas ao comércio.

De acordo com a coordenadora geral de programas ambientais do Ministério da Integração, Elianeiva Odísio, a Vila Produtiva Rural, além de dar toda a infraestrutura para os moradores que estavam na área do PISF, diminui o impacto da seca nas famílias. “Se eles têm um lote que podem produzir com irrigação, eles não vão sofrer tanto o impacto da seca no Nordeste”. Elianeiva disse ainda que as famílias recebem acompanhamento social e capacitação para geração de renda e gestão ambiental, como cursos de técnicas de produção e uso racional da água.