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Semana de Ciência e Tecnologia apresenta o impacto global com o desaparecimento de abelhas

Pesquisador explica que algumas espécies de frutas e legumes que servem de alimento para homens e animais não existiriam sem o trabalho das abelhas


por Portal Brasil


publicado:
20/10/2016 10h33


última modificação:
20/10/2016 12h51

Conscientizar crianças e adolescentes sobre a importância de proteger e conservar todas as espécies de abelhas para a continuação e manutenção da vida na Terra. Esse é o objetivo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) durante a 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).

Ao longo da semana, estudantes que passarem pelo estande do CGEE, no Jardim Botânico de Brasília, vão encontrar informações sobre a vida das abelhas, o trabalho de polinização, os riscos de extinção que algumas espécies estão sofrendo pelo mundo, além de observar espécies verdadeiras de abelhas produzindo mel em caixas.

Aluna da Escola Vila das Crianças em Santa Maria, a estudante Rayanne de Almeida, 15 anos, aprovou as atividades do CGEE. “Achei bem legal a exposição e todo o conhecimento repassado. Acredito que é preciso ter esse pensamento de como será o nosso mundo no futuro.”

Polinizadoras do planeta

O engenheiro agrônomo Antônio Guedes alerta para o desaparecimento das abelhas em todo o mundo, principalmente, nos Estados Unidos e Europa, como revelam estudos realizados nas últimas décadas.

“As abelhas existem na Terra há 60 milhões de anos, e a maioria das espécies de plantas e flores de hoje são resultado do trabalho das abelhas ao longo desses anos, mas nós, em poucas décadas, talvez, vamos destruí-las”, afirmou.

Segundo ele, essa ocorrência se deve a diversos fatores, incluindo as ações do homem no meio ambiente. “No Brasil, por exemplo, é possível encontrar 15 mil hectares de soja plantados. Para nós, é riqueza; para as abelhas, é deserto”, aponta.

Para Guedes, algumas espécies de frutas e legumes que hoje servem de alimento para homens e animais não existiriam sem o trabalho das abelhas. Sem elas, Antônio afirma que a vida na Terra estaria ameaçada.

“Não comeríamos maçã, por exemplo, se não fossem as abelhas. Oitenta por cento da produção de maçã depende da polinização natural, que é a melhor que existe”, explica.

De acordo com relatório da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES, em inglês), 75% das principais lavouras de alimentos no mundo dependem dos serviços dos polinizadores.

A Semana

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia acontece sempre no mês de outubro, desde 2004, sob a coordenação nacional do MCTIC. O objetivo é mobilizar a comunidade científica e estudantil, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia.

A SNCT busca valorizar a criatividade, atitude científica e inovação; chamar atenção da sociedade para a relevância da ciência para a vida de cada um e para o desenvolvimento do País; e contribuir para que a população possa conhecer e discutir pesquisas e suas aplicações.

O tema desta edição – “Ciência alimentando o Brasil” – alinha-se à decisão da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas de proclamar 2016 como o Ano Internacional das Leguminosas (AIL).

Diante da escolha, o MCTIC estabeleceu parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para realizar eventos de divulgação e educação científica em todas as unidades da instituição.

Fonte: Portal Brasil, com informações do MCTIC e do CGEE