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Auditorias em frigoríficos são intensificadas nos estados

Depois da fiscalização em frigoríficos investigados pela PF, ações agora serão nas superintendências


por Portal Brasil


publicado:
06/04/2017 19h40


última modificação:
06/04/2017 19h40

Depois do encerramento das auditorias nos frigoríficos investigados pela Polícia federal na Operação Carne Fraca, o Ministério da agricultura anunciou que vai adiantar auditorias também nos estados para assegurar a segurança dos produtos.

Já estão sendo realizadas ações em Pernambuco, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. As equipes de fiscalização nesses estados terão rodízio com troca de posições e até possíveis substituições de superintendentes.

Balanço

A força-tarefa apresentou nesta quinta-feira (6) um novo balanço das análises das empresas investigadas. Das 302 amostras de produtos analisadas pelos técnicos, 10,2% delas apresentaram problemas de ordem econômica e irregularidades técnicas, não necessariamente fraudes.

Segundo o secretário-executivo do órgão, Eumar Novacki, foram identificados excesso de amido em salsicha ou adição de água, além do permitido, em frango.

Das 302, oito amostras (2,6%) tiveram pequenos problemas, mas capazes de afetar a saúde pública. Dessas oito, sete tiveram confirmada a presença de salmonella e uma de estafilococos. Todas as amostras foram enviadas para análise em unidades do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) do Ministério da Agricultura.

As 31 amostras com problemas de ordem econômica referem-se a embutidos, onde foi encontrado ácido sórbico, conservante proibido em salsichas e linguiças. Esses produtos saíram dos frigoríficos Souza Ramos, no município de Colombo (PR), e já foram recolhidos. Foi comprovado ainda excesso de amido em salsichas produzidas pelo frigorífico Peccin, de Curitiba (PR) e de Jaraguá do Sul (SC).

Também foram encontrados problemas de ordem econômica na produção de frango com excesso de água, processado pela unidade da BRF de Mineiros (GO) e pelo Frango DM.

Das oito análises de produtos que apresentaram possível risco à saúde pública, sete laudos se referem a hambúrgueres contaminados por Salmonella, produzido pelo frigorífico Transmeat (SIF 4644), dono da marca Novilho Nobre. Essa linha de produção da empresa foi fechada e os lotes do produto recolhidos no dia 23 de março. Os produtos serão obrigatoriamente descartados e destruídos, sob supervisão de técnicos do Mapa.

Também foi constatada a presença da bactéria Estafilococus Coagulas Positiva na linguiça cozida produzida pelo Frigorífico FrigoSantos (SIF 2021). “Esta análise só ficou pronta hoje pela manhã, sendo determinado o recolhimento preventivo da linguiça e interdição desta linha de produção”, disse o secretário-executivo.

Sanções

O Mapa iniciou o procedimento para cancelar o SIF dos frigoríficos Peccin (SIFs 825 e 2155) e do Central de Carnes (SIF 3796). “Outros frigoríficos também poderão ter o registro cassado, na medida em que nossas auditorias avancem. Todos os que erraram terão de pagar pelo erro. Não importa se são grandes ou pequenas empresas”, alertou Novacki.

Mercado

Para reconquistar a confiança dos mercados e mostrar a robustez do sistema de fiscalização de produtos de origem animal do Brasil, o secretário-executivo irá viajar, entre os dias 17 e 27 de abril, para se reunir com autoridades dos governos do Irã, Egito e Argélia. Em maio, o ministro Blairo Maggi visitará a China, Hong Kong, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Europa para intensificar as negociações com importadores da carne brasileira.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Mapa