Agentes da Secretaria de Direitos Humanos estão no Rio para combater casos de abusos e violência contra crianças e adolescentes
por Portal Brasil
publicado:
20/08/2016 12h59
última modificação:
22/08/2016 11h26
Para combater casos de abusos e violência contra crianças e adolescentes nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) lançou a campanha “Respeitar, proteger e garantir”, que vai operar até o fim da competição. A ideia é conscientizar os turistas brasileiros e estrangeiros que visitam o Rio de Janeiro nesse período sobre a importância de denunciar casos de abusos pelo Disque 100. A campanha também está sendo divulgada nas redes sociais.
De acordo com a pasta, durante a realização de megaeventos como esse, os jovens ficam mais vulneráveis a violações. A estimativa é de que há um aumento de 30% nas denúncias.
“Em um evento como esse, as crianças acabam expostas a situações que podem ser perigosas. Com a possibilidade de denunciar [Disque 100 e aplicativo], isso se reflete no aumento de denúncias, porque o cidadão já conhece os canais de atendimento imediato”, explica a ouvidora nacional de Direitos humanos, Irina Bacci.
Denúncias
O canal para denunciar as violações é pelo Disque 100. Com foco na Olimpíada, até 30 de setembro, haverá a opção de atendimento em três idiomas: português, inglês e espanhol. Outra maneira de delatar esses casos é por meio do aplicativo Proteja Brasil, que também possibilita fornecer um guia de tira-dúvidas sobre como identificar possíveis casos. A ouvidora recomenda que sempre que houver suspeita de violação, o ideal é comunicar à SDH.
“Se encontrar criança sozinha, é importante verificar se tem a pulserinha para identificar o nome do responsável e conduzi-la até um guarda municipal ou outra autoridade ou voluntário. Na dúvida, o ideal é sempre ligar para o Disque 100 para que os órgãos competentes sejam acionados”, destacou Bacci.
Ocorrências
Segundo Bacci, a grande circulação de pessoas nos locais de competição aumenta o risco para as crianças. A estimativa do Ministério do Turismo era de pelo menos 500 mil turistas no Rio de Janeiro durante as competições.
“Já fomos buscar crianças perdidas, encontramos outras em situação de rua, adolescentes fazendo uso de álcool. Diariamente há um “ano-novo” no Rio de Janeiro em 20 dias de Olimpíada, isso acaba promovendo situações de maior vulnerabilidade”, ponderou a ouvidora.
Medidas
As equipes da secretaria estão operando em escala de plantão em quatro locais de competição, em que há grande concentração de turistas: na orla da praia de Copacabana, no Boulevard Olímpico do Porto Maravilha, no Parque Madureira e no Centro Esportivo Miécimo da Silva.
Equipes móveis também vão reforçar a identificação de situações de violência e violação de direitos. Nos locais em que foram instalados palcos e telões para realização de shows e transmissão de partidas, os agentes identificam e cadastram as crianças até 12 anos.
Todas elas recebem uma pulseira com seu nome e do responsável e telefone. Entre 13 e 14 de agosto, mais de duas mil crianças passaram pelo cadastramento.
Violência em números
Ao todo, entre janeiro e junho deste ano, o Disque 100 registrou 42.450 denúncias de violência. O mais comum é que essas violações aos direitos das crianças sejam praticadas dentro de casa (43,42%). A maior parte das denúncias – 38,97% – delatou casos com crianças de zero a sete anos. Outros 20,46% se referiam a abusos com crianças de oito a 11 anos, e 17,49% correspondiam aos relatos de violência contra jovens de 12 a 14 anos.
Em cerca de 70% das ocorrências, as denúncias acusavam situações de negligência dos responsáveis, de crianças e jovens desemparados. Além disso, a violência psicológica também é recorrente em 43,87% dos casos, em que ocorreram ameaças e humilhações. A violência física, que envolve lesão corporal e maus-tratos, ocorreu em 43% dos casos, e a violência sexual, em 18,35% deles.
Fonte: Portal Brasil