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Campanha contra Aids e DST’s chega ao festival de Parintins

Mobilização marca nova estratégia do Ministério da Saúde de estender, ao longo do ano, campanha de incentivo à prevenção a outras festas populares, além do Carnaval


por Portal Brasil


publicado:
26/06/2015 18h33


última modificação:
26/06/2015 18h33

Durante este final de semana, o Ministério da Saúde realiza campanha de prevenção das DSTs e Aids no Festival Folclórico de Parintins (Amazonas). A ação, que começa nesta sexta-feira (26) e vai até domingo(28), tem como objetivo chamar a atenção e conscientizar a população, especialmente os jovens, sobre a importância de usar camisinha, fazer o teste de HIV e a iniciar o tratamento, em caso de soropositividade.

A mobilização faz parte da nova estratégia do Ministério da Saúde de estender a campanha de prevenção para outras festas populares, além do carnaval.

De acordo com pesquisa do Ministério da Saúde, 87% das pessoas da Região Norte sabem da importância do uso do preservativo para prevenção contra aids. Mesmo assim, 50% da população sexualmente ativa da região não fez uso da camisinha em todas as relações sexuais com seus parceiros casuais, no último ano.

A campanha foi lançada em 1º de dezembro do ano passado (Dia Mundial de Luta contra Aids) e estará em todas as regiões do País, contemplando carnaval e as festas juninas do nordeste, além de outras como Octoberfest, em Blumenal (SC), e festa de peão de Barretos (SP). Os materiais usam a hashtag “#partiu teste”, linguagem típica da faixa etária dos jovens, prioritária para a campanha. As peças publicitárias para rádio, rede sociais cartazes em aeroporto e rodoviária, entre outros, reforçam o conceito de prevenção combinada “camisinha + teste + medicamento”.

O diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, destaca a importância da campanha publicitária. “Pela primeira vez, temos um campanha de prevenção ao HIV e Aids que se estende ao longo de todo o ano, abrangendo grande parte das festas populares brasileiras”, ressalta o diretor. 

Novo protocolo

Em um ano, foi registrado aumento de 30% no número de pessoas que iniciaram o tratamento com antirretrovirais no Brasil. No período de um ano, o número de novos pacientes com acesso aos antirretrovirais passou de 57 mil, em 2013, para 74 mil novos tratamentos, em 2014.

Na região Norte, o aumento foi de 67%, passando de 2,1 mil para 3,6 mil novos tratamentos. Atualmente, cerca de 404 mil pessoas usam estes medicamentos, ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 19,5 mil no Norte do País. O crescimento foi observado após a implantação do Novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids, lançado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2013.

“É fundamental, nesse momento, olhar pra atrás e reconhecer nossas conquistas. Esses dados de aumento de testagem e do número de novos tratamentos demonstram a importância da adoção do novo protocolo”, explica a ministra interina da Saúde, Ana Paula Menezes. De acordo com ela, o novo protocolo possibilita que as pessoas sejam tratadas de forma mais precoce, o que contribuirá para a redução da carga viral, baixando a probabilidade de transmissão na população. 

Óbitos

O incentivo ao diagnóstico e o combate ao tratamento tardio também refletiu na redução da mortalidade e a morbidade do HIV. Desde 2003, houve uma queda de 15,6% na mortalidade dos pacientes com aids no País. A taxa caiu de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2003 para 5,7 óbitos por 100 mil habitantes em 2013. Na região Norte, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes subiu de 4,1 óbitos, em 2003, para 7 óbitos, em 2013.

Este ano, a adoção da política de combate ao HIV e aids no País comemora 30 anos de história. O Brasil tem adotado ao longo dos anos, e principalmente nos últimos dois anos, uma série de medidas de ampliação da testagem de HIV em populações chaves e a facilitação do acesso de medicamentos, com a incorporação de novas formulações mais fáceis de serem utilizadas pelas pessoas vivendo com HIV e aids.

Panorama Brasil/Norte

Desde os anos 80, foram notificados 757 mil casos de aids no País. Na Região Norte, foram 41.036 casos no mesmo período. A epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 20,4 casos de aids, a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 39 mil casos novos ao ano.

No Norte, a epidemia apresenta curva acentuada de crescimento. São 26 casos a cada 100 mil habitantes, acima da média nacional. No Brasil, o coeficiente de mortalidade por aids caiu 13% nos últimos 10 anos, passando de 6,1 óbitos por 100 mil habitantes em 2004, para 5,7 casos em 2013. No Norte, o coeficiente atual de mortalidade é de 7 casos por 100 mil habitantes. Estes indicadores motivaram o Ministério da Saúde, em meados de 2014, a instalar uma Cooperação Interfederativa (Força Tarefa), especificamente para enfrentar, de maneira diferenciada, a epidemia no Estado do Amazonas.

Fonte:

Ministério da Saúde