Portal Brasil

Cidade de Goiás recebe obras do PAC Cidades Históricas

Seis monumentos históricos são reformados nesta etapa, entre eles o Mercado municipal e o cinema local


por Portal Brasil


publicado:
04/08/2016 14h03


última modificação:
05/08/2016 11h05

Como parte do Programa de Aceleração do Crescimento Cidades Históricas, o Ministério da Cultura está investindo em reformas na Cidade de Goiás (GO), primeira capital do Estado, fundada há 289 anos. Devido sua importância histórica, a cidade foi tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2001.

Para revitalizar o lugar, foram iniciadas seis obras estruturantes – a recuperação da Ponte da Cambaúba, as restaurações da Escola de Artes Plásticas Veiga Valle, do Mercado Municipal e da sede da Prefeitura e as requalificações da Diocese – instalação do arquivo diocesano e do Cine Teatro São Joaquim. Três dessas obras ainda estão em fase de execução: Mercado e Cineteatro, que serão entregues este ano, e Prefeitura, cuja conclusão está prevista para 2017.

O ministro da Cultura, Marcelo Calero, esteve na Cidade de Goiás e visitou alguns dos locais onde estão sendo realizadas as obras do PAC Cidades Históricas. “O respeito e a conservação assumem um papel central na própria definição do que é identidade cultural. Por essa razão, temos investido tanto e vamos continuar aplicando recursos no ano que vem para preservação do nosso patrimônio”, destacou. “Em nossa gestão, conseguimos retomar algumas obras que estavam paradas. Todas são fundamentais para a preservação do conjunto de memórias construído pelo povo de Goiás”, ressaltou.

De acordo com a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, foram estabelecidas parcerias na Cidade de Goiás para assegurar o bom andamento das obras. “A cidade foi tombada pelo Iphan como Patrimônio Nacional e pela Unesco como Patrimônio Mundial, o que dobra nossa responsabilidade”, afirmou. “Criamos um modelo de gestão compartilhada das obras em ações que envolvem o governo estadual, a administração municipal e a sociedade, um modelo exitoso que pretendemos levar para outros lugares no Brasil que precisam ser preservados”, completou.

Gastronomia

A restauração do Mercado Municipal está sendo feita em etapas, de maneira a permitir que o local permaneça em funcionamento durante as obras. “O Mercado é o coração da Cidade de Goiás. Seria muito prejudicial fechar todos os blocos que compõem o complexo. As pessoas dependem do mercado no seu dia a dia, seja os que trabalham e tiram seu sustento das atividades comerciais feitas lá ou a própria população”, explicou Kátia.

Localizado às margens do Rio Vermelho, o Mercado Municipal foi inaugurado em 1926 e é um dos principais monumentos históricos da cidade. As obras, que estão em fase de conclusão, custaram pouco mais de R$ 9 milhões. É no local que se encontram os sabores típicos da cultura goiana e as frutas do Cerrado.

“O Mercado será entregue todo recuperado, com os sabores e os cheiros da cidade, que também são patrimônios materiais e imateriais muito importantes. Esses elementos, juntos, compõem as especificidades de um local que é relevante para todos”, enfatizou Kátia.

Sétima Arte

Há até bem pouco tempo, o Cine Teatro São Joaquim era referência no País por causa do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), realizado todos os anos na Cidade de Goiás. Com problemas estruturais considerados graves pelo Iphan, o Cineteatro está passando por uma obra de requalificação – iniciada este ano – que irá proporcionar uma readequação arquitetônica do prédio em relação às demais construções do Centro Histórico. Depois de pronto, o prédio irá receber um painel com o tema Serra Dourada, feito pelo artista goiano Elder Rocha Lima.

“O Teatro tinha uma arquitetura dos anos 1960, muito importante, mas muito descaracterizada. Em sua essência, não agregava tanto valor ao conjunto arquitetônico da cidade”, explicou Kátia. “O novo Cine Teatro São Joaquim trará novos ganhos para a Cidade de Goiás, com equipamentos renovados, mas sua alma resguardada. A cidade precisa desses espaços culturais que estejam inseridos nessa contemporaneidade e atendam a população da melhor forma possível”, destacou a presidente do Iphan.

A entrega mais recente foi a requalificação da sede da Diocese de Goiás, com a instalação do Arquivo Diocesano, que incorporou um novo centro de pesquisa para a comunidade. A Diocese contém os arquivos de grande valor histórico, como certidões de batismo, casamentos e óbitos desde o século XVIII. Todos estão, agora, disponíveis para consultas públicas.

Preservação do patrimônio

As obras incluídas no PAC Cidades Históricas da Cidade de Goiás ajudam a recontar a história dos habitantes, das ruas, do Rio Vermelho, da poesia de Cora Coralina, das cores de Elder Rocha Lima e de cada prédio que compõe o conjunto arquitetônico da antiga Vila Boa.

“Estamos vivendo dentro de um mundo globalizado. O que nos torna diferente é nossa identidade cultural, é ela que nos diz quem nós somos. É fundamental a preservação da memória para podermos nos identificar enquanto grupo e respeitar os outros, mas manter nossa essência e nossas raízes. Um povo sem memória, sem suas tradições, não têm futuro, ele precisa de toda essa essência para se posicionar em relação a essa identidade, até mesmo para saber para onde vai e o que quer alcançar. Todas as culturas preservam a sua essência, é isso que nos difere uns dos outros”, concluiu Kátia Bogéa.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Cultura