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CPRM monitora onda que atinge Rio Doce após acidente em Mariana

Efeitos do rompimento de barragens cruzarão 15 municípios de MG e do ES, mas não há previsão de enchentes


por Portal Brasil


publicado:
06/11/2015 23h47


última modificação:
07/11/2015 02h54

Os efeitos do rompimento de duas barragens em Bento Rodrigues, distrito do município mineiro de Mariana, começam a alcançar outros municípios que ficam às margens do Rio Doce, avisa o Serviço Geológico Brasileiro (CPRM). O órgão alerta, entretanto, que a onda de cheia que está se deslocando não necessariamente irá causar enchentes. A previsão está sendo atualizada constantemente e as informações estarão disponíveis no link do Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE).

O sistema tem o objetivo de alertar 15 municípios da bacia quanto ao risco de ocorrência de enchentes. Os municípios são Ponte Nova, Nova Era, Antônio Dias, Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipatinga, Governador Valadares, Tumiritinga, Resplendor, Galiléia, Conselheiro Pena e Aimorés, em Minas Gerais; e Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no Espírito Santo.

Reportagem publicada pela Agência Brasil informa que que cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram liberados no meio ambiente, o suficiente para encher 24,8 mil piscinas olímpicas.

O CPRM estima que a onda deve alcançar a estação de Belo Oriente na tarde deste sábado (7), chegando à estação Governador Valadares na madrugada do domingo (8); alcançando a estação Colatina na tarde do domingo e a estação Linhares entre a noite de domingo e a segunda-feira (9).

O acidente em Mariana, a pouco mais de cem quilômetros de Belo Horizonte, aconteceu na tarde desta quinta-feira (5) e, diante disso, o CPRM antecipou o início da operação 24 horas de monitoramento contínuo do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Doce, que abrange diversos municípios do leste de Minas Gerais e do Espírito Santo. O início da operação estava previsto para o dia 23 de novembro, mas entrou em caráter de urgência para acompanhar a evolução da onda de cheias provocada pelo rompimento de barragens da Mina Germano, em Mariana.

O rompimento da barragem da empresa Samarco afetou a bacia do rio Gualaxo do Norte, que é afluente do rio do Carmo, o qual é afluente do rio Doce. Neste final de semana, equipes técnicas do CPRM estarão mobilizadas para acompanhar o evento ao longo da calha do Rio Doce, monitorando os níveis do rio 24 horas, ou seja, em tempo real.

Municípios

Em Governador Valadares (MG), o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Governador Valadares está realizando monitoramentos para cuidar do abastecimento de água para a cidade, considerando critérios de quantidade e qualidade. Em nota, a prefeitura informa que no momento em que a água com a lama chegar ao município, o SAAE interromperá as atividades das bombas de água por um período, colherá amostra e analisará a água. Caso seja possível tratar, garantindo a qualidade, sem nenhum risco, o abastecimento voltará ao normal. Se não for possível, o abastecimento será suspenso. Não há menção a risco de alagamento.

A prefeitura de Linhares (ES) também está acompanhando os efeitos do rompimento de barragens em Mariana mas, assim como Governador Valares, não considera risco de alagamento. Em nota, o governo municipal informa que está monitoramento a onda que avança pelo Rio Doce.

“A Prefeitura de Linhares informa que não há qualquer risco de contaminação da água que é distribuída pelo SAAE, uma vez que o ponto de captação é feito no Rio Pequeno”, cita nota oficial sobre a situação. Uma barragem servirá como uma barreira que evitará o contato da água do Rio Doce com o Rio Pequeno, garantindo uma segurança extra para o abastecimento de Linhares. A captação de água no Rio Doce somente será realizada após a certeza de que a água do rio não represente qualquer perigo para a saúde da população.

Em material publicado pela Agência Brasil, o presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, afirma que os rejeitos liberados pelas barragens não são tóxicos. O especialista em análise de risco e analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Minas Gerais, André Naime, diz que ainda é cedo para estimar o impacto ambiental do desastre na região, pois até o momento não se tem o conhecimento preciso da composição química do rejeito.

Fonte: Portal Brasil, com informações do CPRM, Agência Brasil e das prefeituras de Governador Valadares e de Linhares