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Embrapa apresenta bioinseticida capaz de matar larvas do Aedes aegypti

Inova-Bti causa a morte apenas das larvas, não do mosquito adulto, e não é tóxico a pessoas nem a animais domésticos


publicado:
11/03/2016 15h00


última modificação:
11/03/2016 13h10

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai apresentar, durante o Congresso Brasileiros de Entomologia (XXVI), em Maceió, uma nova geração de bioinseticida capaz de matar as larvas do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, chikungunya e zika.

A pesquisadora Rose Monnerat, da área de Controle Biológico da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília), e uma das responsáveis pelo desenvolvimento do bioinseticida Inova-Bti, em parceria com o Instituto Matogrossense do Algodão (IMA), falará sobre as pesquisas que geraram o bioinseticida, que causa a morte apenas das larvas e não do mosquito adulto, e não é tóxico a pessoas nem a animais domésticos.

Segundo Monnerat, o bioinseticida é de fácil aplicação e pode ser manuseado pela própria população. “O Inova-Bti é um líquido que pode ser adicionado em qualquer lugar que acumule água ou tenha potencial para ser um criadouro do Aedes aegypti”, afirmou.

Eficácia

Todos os testes laboratoriais e de eficácia já foram concluídos pela Embrapa. Mas, antes de ser comercializado, o produto precisa ser registrado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Este é o segundo inseticida biológico desenvolvido pela Embrapa com o objetivo de combater as larvas do mosquito. Desde 2005, está no mercado o Bt-horus – feito em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia -, mas que não é produzido em larga escala no País.

Monnerat explica que os dois larvicidas são biológicos, não afetam o meio-ambiente, nem colocam em risco a saúde humana. O novo produto, Inova-Bti, foi formulado com adjuvantes modernos de alta eficiência.

“A formulação é um pouco diferente do primeiro bioinseticida, mas ambos têm os mesmos princípios e são excelentes produtos”, ressalta Monnerat. “Os testes toxicológicos do Inova-Bti estão em fase final e então submeteremos o dossiê com toda a documentação à Anvisa”.

Em fevereiro, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, defendeu o uso de inseticidas biológicos no controle do Aedes aegypti e reforçou ações de combate ao zika vírus.

Produção

O Bt-horus já foi utilizado nas cidades de Três Lagoas (MS), São Sebastião (DF), Rio das Ostras (RJ) e Sorriso (MT), sempre com resultados positivos. Inseticidas à base da bactéria Bacillus thuringiensis israelenses (Bti) são utilizados há décadas em países como Estados Unidos.

De acordo com a pesquisadora, o Instituto Matogrossense do Algodão tem capacidade para produzir 1,6 mil litros de Inova-Bti por semana, tão logo seja concedido o registro. A recomendação é que cada família utilize um frasco de 30 mililitros. Por isso estima-se que cerca de 53 mil residências possam ser atendidas por semana. Monnerat prevê que, com a crescente demanda pelo bioinseticida, há possiblidade de a produção ser duplicada em curto espaço de tempo.

O Congresso Brasileiro de Entomologia (XXVI CBE) e o Congresso Latino-americano de Entomologia (IX CLE) começam no domingo (13) e vão até a quinta-feira (17).

Fonte: Portal Brasil, com informações da Embrapa