Aos 70 anos da morte do escritor, o livro O Turista Aprendiz é relançado; obra narra duas viagens pelo Brasil, um país pouco conhecido e de culturas locais pouco difundidas
por Portal Brasil
publicado:
10/11/2015 20h05
última modificação:
11/11/2015 15h05
Em homenagem aos 70 anos da morte do escritor Mário de Andrade, o livro O Turista Aprendiz será relançado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), da Universidade de São Paulo (USP), na próxima quinta-feira (12), na biblioteca que leva o nome do escritor, na capital paulista.
A obra, que foi publicada pela primeira vez em 1976, não era reeditada há 32 anos. A publicação conta com um novo projeto editorial e dois materiais inéditos. O primeiro é um CD com o acervo fotográfico de Mário, o outro é um DVD com o curta A Casa Do Mário, de Luiz Bargmann.
História
Em O Turista Aprendiz, o autor narra duas viagens pelo Brasil, o que representa o descobrimento de um país pouco conhecido e de culturas locais pouco disseminadas. “Essa é uma obra muito importante do ponto de vista da preservação do nosso patrimônio cultural. Foi uma das primeiras obras que ensinou aos brasileiros a olhar para o seu próprio país, a valorizar a sua cultura, as suas manifestações e a mostrar que, embora estivéssemos tão distantes, tínhamos traços em comum muito fortes. Esse é o grande valor de O Turista Aprendiz”, disse Torelly.
Na primeira viagem, o escritor teve a companhia da aristocrata do café e mecenas dos modernistas Olívia Guedes Penteado, de sua sobrinha Margarida Guedes Penteado e da filha de Tarsila do Amaral, Dulce do Amaral Pinto. Durante três meses, a partir de maio de 1927, seguiram do Rio de Janeiro a Iquitos, no Peru, navegando pelos rios Amazonas, Solimões e Madeira.
Na segunda, o escritor partiu sozinho para o Nordeste, em novembro de 1928, onde permaneceu até fevereiro do ano seguinte. Lá, foi recebido por Ascenso Ferreira, Jorge de Lima, Cícero Dias e Câmara Cascudo, entre outros. O contato com a floresta e com o sertão, com as diversas pessoas e manifestações culturais, incluindo a religiosidade, os folguedos, as danças, as músicas, tiveram grande impacto em Mário e consolidaram sua visão de nacionalidade abrangente.
“Até a década de 20, os olhares sobre o País eram de duas naturezas. O País era muito grande e as comunicações eram difíceis, então não havia ainda um intercâmbio de valores, práticas e experiências culturais entre as diferentes regiões e Estados”, disse Torelly. Segundo ele, as viagens e os escritos de Mário tiveram o papel de mostrar a cultura e as tradições locais aos brasileiros de todas as regiões.
O relançamento da obra será na Biblioteca Mário de Andrade, Rua da Consolação, 94, na quinta-feira (12), às 20h. A entrada é gratuita.
Fonte: Agência Brasil