Grupo fazia apologia ao Estado Islâmico e se comunicava pela internet; ministro descarta risco de ataque durante Olimpíada do Rio
publicado:
21/07/2016 13h43
última modificação:
21/07/2016 17h04
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou, nesta quinta-feira (21), que a Polícia Federal desarticulou uma suposta célula do Estado Islâmico que pretendia realizar ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Dez homens foram detidos temporariamente e ficarão presos por até 60 dias. Outras duas conduções coercitivas ainda serão executadas pelos policiais.
Apesar da repercussão do caso e dos recentes atentados em outros países, que aumentam as especulações sobre um ato terrorista no Brasil, Moraes afirmou que o governo está preparado e continuará atento para garantir a segurança dos Jogos Olímpicos.
“Nós não vamos esperar um milímetro de ato preparatório. Qualquer ato vai ter uma reação rápida, dura e certeira do poder público. Não há risco. A probabilidade é mínima de que haja um ato terrorista.”
As prisões são resultado da Operação Hashtag, deflagrada nesta quinta pela PF. Ao todo, 130 agentes realizam 19 buscas e apreensões nos Estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
As investigações começaram em abril. Os presos participavam de grupos nas redes sociais e em aplicativos como WhatsApp e Telegram. Por meio de mensagens, eles manifestavam apoio aos atos terroristas praticados em outros países e, por conta dos Jogos Olímpicos, planejavam atacar o Brasil.
Os homens presos moravam em Estados diferentes, e apenas dois deles já haviam mantido contato pessoalmente. Um dos integrantes pretendia ir ao Paraguai para adquirir um fuzil. Embora eles tenham realizado o batismo no Estado Islâmico, repetindo palavras de juramento ao grupo extremista, o ministro explicou que se tratava de um grupo amador:
“Era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo. Uma célula organizada não iria procurar comprar uma arma pela internet. Por isso, eu reitero, a questão da segurança pública gera muito mais preocupação do que o terrorismo.”
Moraes ainda destacou que as prisões foram possíveis graças à Lei Antiterrorismo. “Essa é a grande diferença entre o combate ao terror e qualquer outro crime. Só é possível você executar uma prisão, pedir uma prisão temporária por qualquer crime, se já houve pelo menos atos executórios. A lei [antiterror] permite atos preparatórios. Você comprar uma arma para praticar um crime é um ato preparatório. Você pode ser preso por terrorismo se você tentar ou adquirir uma arma com a finalidade de praticar terrorismo.”
Uma Organização Não Governamental também é investigada pela Polícia Federal nessa operação por fazer apologia ao Estado Islâmico em cursos e palestras.
Fonte: Portal Brasil