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Treinamento simulado com agente químico mobiliza forças de segurança da Rio 2016

Atividade encerrou o Curso de Descontaminação de Múltiplas Vítimas, ministrado de 7 a 11 de março em parceria com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos


por Portal Brasil


publicado:
11/03/2016 21h00


última modificação:
11/03/2016 20h17

Um simulado no Parque Radical do Rio, umas das principais áreas de competição dos Jogos Rio 2016 no Complexo Esportivo de Deodoro, na Zona Oeste da capital fluminense contou com a ação de um drone lançando substância suspeita. Com detectores especiais, homens das forças de segurança e defesa que monitoram a região confirmam a ameaça.

Nessa simulação, a substância lançada representava um agente químico tóxico para os nervos, gerando vítimas no local. Equipes especializadas chegaram e delimitaram a área contaminada. O espaço foi isolado e um posto de descontaminação, montado sob uma tenda, recebeu as pessoas afetadas.

A cena ocorreu nesta sexta-feira (11): foi o simulado prático de um incidente, atividade que encerrou o Curso de Descontaminação de Múltiplas Vítimas, realizado de 7 a 11 de março para treinamento dos agentes brasileiros na Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN), visando aos Jogos Rio 2016.

As vítimas tiraram as roupas contaminadas e passaram por uma “limpeza” com produtos específicos. Em uma tenda ao lado, após o socorro, os profissionais que atenderam as vítimas também passaram por descontaminação.O curso contou com a parceria do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

“É uma troca de experiências, de técnicas. Aqui temos a teoria e os Estados Unidos nos ajudam a adequar essa teoria à prática, que já foi vivenciada por eles”, disse o coronel Chamon De Lamare, assessor de QBRN do Ministério da Defesa.

Ao todo, 60 pessoas participaram do curso, sendo 30 integrantes das Forças Armadas (Exército, Marinha  e Aeronáutica) e os outros 30 de instituições e corporações parceiras, como a Força Nacional.

“Esse trabalho não é apenas do Exército, por isso chamamos as instituições parceiras. No momento, não é importante saber qual a origem. Se for um acidente com um caminhão que traz uma substância química, se for um ataque terrorista ou uma explosão de usina nuclear, as técnicas e procedimentos são os mesmos”, explicou o comandante do 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Exército, coronel Anderson Pedreira Silva.

Identificação e descontaminação

Além dos aparelhos detectores de ameaças, também estava no Parque Radical um laboratório móvel que permite identificar substâncias químicas e biológicas. No Rio e nas demais sedes do futebol olímpico, vários desses caminhões estarão à disposição dos agentes brasileiros, assim como diversos postos de descontaminação, como os vistos no simulado.

Os números de tendas e laboratórios não são divulgados por questões de segurança, de acordo com o coronel Anderson Silva, mas ele afirmou que a quantidade é mais do que suficiente para atender o megaevento em todas as sedes. Também existem laboratórios fixos, como os que estão no Centro Tecnológico do Exército, em Guaratiba, próximo ao Parque Olímpico da Barra e ao Riocentro, também na Zona Oeste da capital fluminense.

Combate ao terrorismo

O coronel Anderson disse ainda que mais três cursos de DQBRN estão previstos até os Jogos e que os especialistas na ação de defesa contra os agentes químicos, biológicos, radiológicos e nucleares terão papel importante no Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao Terrorismo (CCPCT), que será ativado para os Jogos.

A estrutura central ficará no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro,  mas o CCPCT se desdobrará em Centros de Controle Tático Integrado (CCTI), que ficarão nas cidades do futebol e, ainda, nas quatro regiões olímpicas do Rio de Janeiro.

O Brasil não tem histórico de ataque de agentes QBRN, mas os Jogos  são um evento que pode atrair esse tipo de ação, segundo as autoridades. “Não importa se nós temos 0,1% de probabilidade de acontecer algo ou 99%, a preparação é a mesma e temos que estar prontos”, reforçou.

O coronel Anderson relembrou dois momentos de atuação do batalhão que ele atualmente comanda. “Tivemos na década de 1980 o acidente radiológico com o césio 137 (em Goiânia), em que o batalhão agiu fortemente, e também a descontaminação de duas aeronaves da Força Aérea Brasileira que trouxeram dois suspeitos de ebola (no ano passado). Descontaminamos o interior e o exterior da aeronave, incluindo o painel, que é um equipamento sensível”, explicou.

Fonte: Portal Brasil 2016