Veteranos da Força Expedicionária Brasileira foram homenageados em Brasília, em comemoração à Tomada de Monte Castelo, na Itália
por Portal Brasil
publicado:
19/02/2016 13h36
última modificação:
19/02/2016 13h36
Os veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que combateram durante a 2ª Guerra Mundial, foram homenageados nessa quinta-feira (18) em solenidade de comemoração ao 71⁰ aniversário da Tomada de Monte Castelo, no centro-norte da Itália. A conquista do Brasil foi relembrada em solenidade no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.
A cerimônia teve início com um minuto de silêncio em respeito aos integrantes da FEB mortos durante a batalha. Os ex-combatentes coronel Nestor da Silva, 98 anos, e o tenente Vinicius Vênus Gomes da Silva, 90, desfilaram em continência ao comandante Militar do Planalto, general Cesar Leme Justo. Outros quatro ex-combatentes também estiveram presentes: coronel Mário Raphael Vannuteli, capitão Severino Francisco de Oliveira, tenente Vasco Duarte Ferreira e tenente Vinicius Vênus Gomes da Silva. O 2⁰ sargento Timoteo Dias de Souza foi representado pela família, que compareceu à solenidade.
A Tomada de Monte Castelo é lembrada pela ocasião em que as tropas brasileiras escreveram uma importante página da história dos aliados na 2ª Guerra Mundial. O papel da FEB foi desalojar os alemães de Monte Castelo, até então impenetrável e bem defendida, com o inimigo em posição dominante.
A batalha teve início pela manhã, com o emprego da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, que enfrentou todo tipo de dificuldades, como minas terrestres, frio extremo, terra lamacenta e fogo inimigo. Compondo o IV Corpo do Exército dos Estados Unidos, sob o comando do general Willis D. Crittenberger, a FEB tomou o monte, tornando possível a vitória dos aliados. No total, 20,4 mil alemães foram capturados pelas tropas brasileiras.
Um dos homenageados, o pracinha da FEB coronel Nestor da Silva contou que o êxito na batalha veio somente depois de várias tentativas. Com muita vitalidade, Nestor, que foi paraquedista da Arma de Infantaria, lembrou a estratégia utilizada por brasileiros e aliados: “Nós tomamos Monte Castelo porque viemos por cima da serra, pegando o monte pela retaguarda”.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB – Seção Regional de Brasília, Vinicius Gomes, que esteve em Monte Castelo pelo 1⁰ Grupo de Aviação de Caça, a participação dos aviadores brasileiros foi decisiva para o êxito da batalha. “A participação da FAB na segunda Guerra foi muito decisiva, porque ela bombardeava as frentes de combate e também e a parte posterior do Exército alemão, facilitando as investidas da infantaria do Exército Brasileiro”, contou.
A cerimônia foi presidida pelo comandante Militar do Planalto, general Cesar Leme Justo e teve participação de generais, comandantes de organizações militares e de autoridades civis e militares.
Na Itália
A FEB chegou à Itália com o primeiro contingente em julho de 1944, o qual entrou na fase final de preparação e teve seu batismo de fogo em 16 de setembro daquele ano, atuando com êxito contra posições avançadas alemãs diante da cadeia de montanhas dos Apeninos.
Naquele momento, o norte da Itália estava nas mãos da Wehrmacht (forças armadas da Alemanha), que vinha conduzindo uma eficaz ação retardadora de nível estratégico, desde a Sicília, aproveitando as sucessivas linhas de alturas ao longo da península italiana, onde eram excelentes as condições de defesa. Seu objetivo era impedir o acesso ao sul da Alemanha, já engajada em uma luta mortal, ao leste, contra a antiga União Soviética, e ao oeste, contra os demais aliados.
Os aliados tinham o 5⁰ Exército dos Estados Unidos, a oeste, e o 8 ⁰ Exército Britânico, a leste, os dois enquadrando tropas de seus países e de outros aliados. A FEB foi enquadrada pelo 4⁰ Corpo de Exército do 5⁰ Exército de Campanha dos Estados Unidos.
Fonte: Ministério da Defesa