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Acordo prevê redução de acidentes nos países do Mercosul

O crescente número de óbitos por acidentes de transporte terrestre levou os representantes da Saúde a definir ações conjuntas


por Portal Brasil


publicado:
11/06/2015 18h48


última modificação:
11/06/2015 18h48

Os países do Mercosul assinaram nesta quinta-feira (11/06) acordo para conter e reduzir as mortes por acidentes de trânsito, especialmente entre os jovens. Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertam para o crescimento do número de vítimas no trânsito na região. Entre os jovens, essa já é a segunda causa de morte, ficando atrás apenas de homicídios. No Brasil, a faixa etária de 18 a 24 anos representou 17% do total das vítimas fatais em 2013, que chegou a 42.291 pessoas.

De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, os crescentes números de acidentes de trânsito têm sido uma preocupação comum entre os países do Mercosul. “No Brasil, nossa preocupação tem sido com o número de jovens vítimas de acidentes de trânsito e de acidentes com motos. Com altas taxas de mortalidade nessa faixa etária, estamos comprometendo o futuro e o desenvolvimento de uma geração.”, afirmou.

No Brasil, de 2008 a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas os acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vítimas. Desse total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões.

Com relação aos acidentes de motos, o ministro lembrou que comprar o veículo é geralmente facilitado e vem substituindo outros meios de locomoção como bicicleta e, no interior, o uso de cavalos e jumentos. Ele lembrou que será importante criar formas de financiamento para compra de equipamentos de segurança, como por exemplo, o capacete. Em breve, o governo brasileiro lançará um Plano Nacional de Enfrentamento das Lesões e Mortes envolvendo Motociclistas.

Sobre o compromisso firmado entre os representantes da saúde, ele lembrou que a questão do transito envolve outros setores. “Esse é um compromisso deve envolver diferentes setores que lidem com a educação, fiscalização, adequação dos equipamentos e a qualidade no atendimento”. Na área da Saúde, o ministro ressaltou que é importante investir na organização dos sistemas de urgência e emergência para reduzir os óbitos e sequelas. “Queremos reduzir o número de acidentes, mas acidentes vão continuar acontecendo e precisamos estar preparados para que o tempo de resposta seja eficiente”.

Brasil é segundo entre países do Mercosul em óbitos por acidentes

A taxa de mortalidade brasileira por acidentes de trânsito é de 22,5 por 100 mil habitantes, o que coloca o Brasil na segunda posição no ranking entre os países do Mercosul, segundo dados do Informe sobre segurança no trânsito na Região das Américas, publicado pela OPAS em 2015. No primeiro lugar está a Venezuela, com taxa de mortalidade de 37,2 e, em seguida, o Uruguai e Paraguai com 21,5 e 21,4 mortes a cada 100 mil habitantes, respectivamente.

Os atuais índices demonstram que o número de vítimas na região por acidentes de trânsito vem crescendo a cada ano. Comparando com os dados de 2009, o Brasil passou de uma taxa de 18,3 óbitos por 100 mil habitantes para os atuais 22,5, saindo da quarta para a segunda posição no ranking. Venezuela também apresentou crescimento expressivo, sua taxa quase dobrou no período, passando de 21,8 mortes por 100 mil habitantes, em 2009, para 37,2 em 2015. 

Nas Américas, a maior proporção das mortes no trânsito ocorre entre os ocupantes de automóveis (42%), seguidos pelos pedestres (23%) e usuários de veículos de duas ou três rodas (15%). Como grupo, os usuários vulneráveis de vias públicas (pedestres, ciclistas e usuários de veículos de duas ou três rodas) representam 41% de todas as mortes no trânsito.

Fonte:

Portal Brasil com informações do Ministério da Saúde