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BRICS cria “amortecedor” para crises financeiras

Em entrevista à TV russa, a presidenta disse que a reunião do grupo teve resultado excepcional e que o Brasil vai retomar rapidamente o crescimento da economia


por p


publicado:
10/07/2015 11h40


última modificação:
10/07/2015 17h01

A presidenta Dilma Rousseff considerou “excepcional” o resultado da 7ª Cúpula do BRICS, realizada na cidade russa de Ufá. Segundo ela, os cinco países do grupo conseguiram dar passos importantes para a implementação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e do fundo (chamado CRA) que vai socorrer os integrantes em eventuais crises de financiamento externo.

“O acordo de reservas [o CRA] é uma espécie de amortecedor para as crises financeiras, para o fato de os mercados oscilarem muito [atingindo os países do BRICS]”, afirmou Dilma, em entrevista à emissora de televisão russa RT.

Ela esclareceu que os recursos de fundo de reservas (um total de US$ 100 bilhões) só poderão ser utilizados pelos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Portanto, ressaltou a presidenta, não existe a possibilidade de uma ajuda para a Grécia com esse dinheiro do grupo.

“Espero que a União Europeia resolva o problema da Grécia, e acredito que esse processo de negociação está em aberto. No que se refere aos Brics, tanto o banco quanto o acordo reservas, nós não funcionamos como nenhum órgão internacional multilateral. Mas o que nós fazemos é dar suporte para as nossas economias enfrentarem conjunturas adversas”, explicou Dilma.

A presidenta avaliou que Brasil, Rússia e China enfrentam situações temporárias de ajuste que afetam o crescimento econômico no curto prazo. Para ela, o motivo são os efeitos da crise internacional iniciado em 2008. A bolsa de valores da China, por exemplo, sofreu oscilações e perdas expressivas nesta semana.

“O Brasil tem um fundamento que é o fato de nos recuperamos rápido”, disse a presidenta. “Queremos sair rápido da crise, e vamos conseguir.”

Dilma citou medidas recentes como a criação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), lançado na segunda-feira (6) e que permite a redução temporária da jornada de trabalho. “Acreditamos que vai ser bastante eficaz, no sentido de segurar o desemprego no Brasil”, salientou, lembrando a medida foi inspirada na experiência da Alemanha.

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