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Cresce número de pessoas mortas por raios dentro de casa

Inpe alerta sobre cuidados para evitar acidentes e prepara centro de monitoramento para avisar onde fenômeno pode ocorrer


por Portal Brasil


publicado:
23/10/2015 00h00


última modificação:
29/10/2015 19h14

O Brasil registrou 1.789 mortes causadas por raios nos últimos 15 anos e ocupa a 6º colocação em ranking vítimas fatais do fenômeno natural, conforme estudo divulgado na última semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) lançou o livro “Brasil: Que raio de história”, no qual apresenta estudo que mostra um aumento de mortes por raios dentro de casa. Entre 2000 e 2009, esse grupo representava 12% das mortes. Já o recorte ampliado para o intervalo 2000-2014 mostra que a parcela cresceu para 19%. Ou seja, 304 das vítimas fatais dos raios estavam nas suas casas.

“Se é verdade que dentro de casa as pessoas estão protegidas, é verdade também que não se está completamente protegido”, afirmou o coordenador do ELAT, Osmar Pinto Junior. 

Em países desenvolvidos as mortes domésticas por raios variam entre 1% e 3% do total, de acordo com o coordenador. Ele alerta para a necessidade de as pessoas tomarem cuidados como não tomar banho durante chuvas, evitar ficar perto de eletroeletrônicos ligados nas tomadas e não usar o telefone por fio. “Quando ocorre um raio perto da sua casa, ele induz corrente nas redes elétrica e telefônica que aparecem nos fios e nas tomadas”, observa. 

De acordo com o ELAT, o Brasil é o líder mundial de incidência de raios com 50 milhões por ano, em razão da extensão territorial em zona tropical do País, que deve assistir a um aumento do fenômeno em função das mudanças climáticas e pelo crescimento da urbanização. “Há uma tendência de a região Norte, por exemplo, aumentar a incidência de raios por ser a região que mais vai se aquecer”, disse Pinto Junior.