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Emissão de gás carbônico no Brasil cai 53,5% de 2005 a 2010


publicado:
09/05/2016 11h40


última modificação:
09/05/2016 16h37

O Brasil reduziu em 53,5% o total de gás carbônico (CO2) emitido na atmosfera entre 2005 e 2010. Os dados estão presentes na Terceira Comunicação Nacional do Brasil (TCN), submetida à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Segundo o levantamento divulgados pela ministra em exercício da Ciência, Tecnologia e Inovação, Emília Ribeiro, na sexta-feira (6), os números caíram de 2,73 bilhões de toneladas de CO2 para 1,27 bilhão de toneladas. 

“A metodologia de cálculo que nós desenvolvemos é de última geração. Vamos transmitir conhecimento para estudo do clima e efeito do gás carbônico no mundo todo”, disse a ministra.

A TCN traduz o esforço brasileiro para atingir a meta de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões projetadas até 2020.

Para o pesquisador Carlos Nobre, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a metodologia aplicada na Terceira Comunicação Nacional baseia-se na “melhor ciência”.

“É um inventário densamente de conteúdo científico. Essa comunicação avança muito em estudos de impactos potenciais das mudanças climáticas em todos os setores. Só existem 11 países no mundo que têm capacidade de modelagem global”, afirmou.

O estudo avalia os impactos das mudanças climáticas distribuídos em cinco setores: uso da terra, mudança do uso da terra e florestas; agropecuária; energia; processos industriais e tratamento de resíduos.

“Com relação à redução de emissões, o setor que mais se destaca é o de uso da terra. Nesse setor, a gente avalia basicamente o desmatamento dos biomas e também a calagem [processo de adubação da terra fazendo uso de cal e outras substâncias químicas].

O que se registra é, de fato, um resultado muito positivo das ações do governo federal no sentido de controlar o desmatamento fundamentalmente da Amazônia e do Cerrado”, explicou o coordenador-geral de Mudanças Globais de Clima do MCTI, Márcio Rojas.

Rojas deve entregar a versão final da TCN na próxima Conferência de Mudança Climática de Bonn, que será realizada na Alemanha, de 16 a 26 de maio.

Na avaliação do secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink, as metas do Brasil igualam-se a dos países desenvolvidos. “O Brasil apresenta metas ambiciosas. É um País em desenvolvimento com metas de um país desenvolvido. O Brasil já se adiantou, na realidade. Foi o único país a entregar lá em Paris os resultados de monitoria, relatoria e verificação com relação ao desmatamento da Amazônia até 2010”, disse Klink, em referência à Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 21.

Para o diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Raphael Azeredo, o Brasil dá importante contribuição à redução das emissões de gases. “O Brasil sempre foi identificado como um dos países propulsores desse movimento. No contexto da mudança do clima, as ações atuais do Brasil representam uma das maiores contribuições até o momento”, avaliou.

Sirene

O MCTI também lançou o Sistema de Registro Nacional de Emissões (Sirene), um sistema computacional desenvolvido para disponibilizar resultados do Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa não Controlados pelo Protocolo de Montreal e informações oriundas de outras iniciativas de contabilização de emissões.

O representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Niky Fabiancic, ressaltou que o País é, hoje, reconhecido internacionalmente pelos seus esforços de mitigação dos gases na atmosfera. “Esperamos que esse instrumento facilite o acesso aos resultados do inventário nacional para toda a sociedade, bem como permita ao governo brasileiro dar continuidade à elaboração dos seus projetos e ações de mitigação em todas as esferas”, afirmou.

O portal do Sirene está disponível na internet, bem como o sumário executivo da Terceira Comunicação em português e inglês e a versão completa do documento em inglês.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação