Os debates, convocados por meio de decreto publicado em novembro de 2015, vão reunir até sexta-feira (29), em um único espaço, cinco conferências temáticas
por Portal Brasil
publicado:
25/04/2016 10h00
última modificação:
25/04/2016 13h03
Enquanto dezenas de ônibus se revezavam no início da tarde deste domingo (24) em frente ao Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília – local que sedia as conferências conjuntas de direitos humanos – milhares de pessoas se organizavam em filas que davam voltas no prédio. Pessoas de todos os Estados do País deixavam evidente a expectativa de conseguir dar voz às propostas prioritárias para ampliar a cidadania.
Os debates, convocados por meio de decreto publicado em novembro de 2015, vão reunir até sexta-feira (29), em um único espaço, cinco conferências temáticas: a 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, a 10ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, a 4ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, a 4ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e a 3ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
De São Paulo, as transexuais Alessandra Lopes e Deenynha Dias trouxeram exemplos de boas políticas que garantiram um pouco de tranquilidade à comunidade LGBT no Estado. Mas também fizeram um alerta: Alessandra, que é empresária e integrante do Conselho da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil de Osasco (SP), defende a criminalização da transfobia. “A homofobia não nos contempla. Ano passado, foram mais de mil mortes, e este ano já temos 200 mortes registradas”, completou a amiga Deenynha, que é cabeleireira na capital paulista.
Entre os grupos mais animados e dispostos ao debate, o das idosas do Espírito Santo se sobressaía. Perguntadas sobre a expectativa em relação à conferência, todas falavam quase ao mesmo tempo sobre as dificuldades enfrentadas por suas faixas etárias, mas foi Ana Maria Pimenta, vice-presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Idoso na Cidade de Piúma, quem resumiu: “Os idosos não podem passar seis meses ou mais esperando um remédio ou aguardando na fila de uma cirurgia. Não temos saúde nem lazer”, reclamou. Em Piúma, por exemplo, o colegiado da sociedade civil para debater essas políticas só foi criado há pouco mais de um ano.
Na maior fila do evento, estavam os cadeirantes. Carioca, o desenhista Jocélio de Oliveira foi quem deu voz ao grupo. Ele lembrou que qualquer brasileiro enfrenta atualmente problemas em acessar direitos básicos, mas disse que as pessoas com deficiência têm um agravante: “Os governos parecem que não veem a pessoa com deficiência como um cidadão. Temos dificuldades em áreas como educação, saúde e transporte público. A gente está aqui em busca do reconhecimento desses direitos”.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil