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Região Norte terá mais embarques de exportações agrícolas

Nova etapa do Programa de Investimento Logística prevê concessões que reduzem custos para produtores rurais e desafogam movimento de carga nos portos do Sudeste


por Portal Brasil


publicado:
19/06/2015 11h29


última modificação:
19/06/2015 17h39

Os estados do Centro-Norte foram responsáveis, no ano passado, por 58% da safra de grãos do Brasil. A saída mais fácil para o exterior seria pelos imensos rios amazônicos e portos do Pará ou Amapá – que hoje conseguem escoar só 15,2% da produção. Com infraestrutura insuficiente, a soja de Mato Grosso viaja dois mil quilômetros por estrada até os estados do Sudeste, encarecendo o produto brasileiro.  

A nova etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançado no começo de junho pela presidenta Dilma Rousseff, deve corrigir essa distorção. Para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as concessões anunciadas têm um foco muito claro na porta de saída das exportações do setor pelo “Arco Norte”, o que pode descongestionar gradativamente o movimento em portos como o de Santos (SP).

“Muitos projetos do PIL são relevantes para o agronegócio porque fortalecem a logística no Arco Norte e desafogam os portos do Sudeste”, avalia a economista Elisangela Pereira Lopes, assessora técnica da Coordenação de Assuntos Estratégicos da CNA.

Segundo ela, dois projetos fundamentais do PIL são as concessões das rodovias BR-163 e BR-364. A primeira liga Sinop (MT) ao Porto de Miritituba (PA), às margens do rio Tapajós, onde estão se instalando 26 terminais de grãos para exportação. A segunda é a trecho entre Comodoro (MT) e Porto Velho (RO), que embarca atualmente quatro milhões de toneladas pela hidrovia do Rio Madeira.    

“Na primeira fase do PIL, as concessões de rodovias tiveram deságios expressivos. As empresas ofertaram em média 30% menos no valor da tarifa de pedágio”, ressaltou Elisagela, exemplificando a redução de custos para os produtores com as concessões.

Ainda no Arco Norte, diz Elisangela, haverá impacto positivo com os projetos de duas ferrovias. Um deles é o trecho Açailândia (MA)-Barcarena (PA), que faz parte da ferrovia Norte-Sul e escoa a produção de grãos do Maranhão e Piauí. O outro é a linha que vai de Lucas do Rio Verde (MT) a Miritituba, que é um projeto de R$ 9,9 bilhões e vai transformar o porto paraense em uma das principais portas de saída.