Para o embaixador do Brasil no Chile, Georges Lamazière, a vinda de Dilma Rousseff coroa a aproximação dos países, sobretudo na área comercial
por Portal Brasil
publicado:
26/02/2016 16h54
última modificação:
26/02/2016 22h15
A presidenta Dilma Rousseff chegou, nesta sexta-feira (26), a Santiago, capital do Chile, para a sua primeira visita oficial ao País. A presidenta Michelle Bachelet recebeu Dilma em uma cerimônia no Palácio de La Moneda.
Para o embaixador do Brasil no Chile, Georges Lamazière, a visita de Dilma Rousseff coroa a aproximação dos países, sobretudo na área comercial.
“Desde que Bachelet assumiu o mando aqui no Chile, ela tem buscado sempre aproximação maior com o Brasil. Ela atribuiu uma prioridade grande, de certa maneira, para reaproximar o Chile do Brasil e dos outros vizinhos da América do Sul”, analisa o diplomata.
O Brasil atingiu, em 2015, a condição de terceiro maior parceiro comercial do Chile, com cerca de 6,3% de participação no comércio exterior global do país, superando o Japão. China e Estados Unidos, os dois primeiros colocados, responderam por 25,1% e 15,7%, respectivamente.
No ano passado, o saldo na balança comercial entre os dois países, favorável ao Brasil, foi de US$ 1,482 bilhão, um aumento de quase 10% se comparado a 2014. Desde 2010, o Brasil vem obtendo superávits no comércio bilateral com o Chile, e, desde 2014, não há alíquota de importação incidindo sobre nenhum bem brasileiro.
Em relação aos investimentos, o Brasil se consolidou como o principal destino dos investimentos chilenos no exterior, com estoque acumulado de mais de US$ 25 bilhões, o que corresponde a quase 27% do total dos investimentos chilenos no mundo. Atualmente, mais de 150 empresas chilenas desenvolvem cerca de 290 projetos no Brasil, divididos entre os setores industrial (42%), de serviços (28%), de energia (18%) e agropecuária.
Nesse sentido, avalia o embaixador, as parcerias comerciais entre os dois países se mostram fortes e consolidadas, o que não impede que as discussões para ampliar o comércio – tanto do ponto de vista bilateral quanto com outros parceiros, por meio de blocos como o Mercosul e a Aliança do Pacífico – avancem ainda mais.
“O Chile se esmerou, buscou aproximar os dois blocos [Mercosul e Aliança do Pacífico]. Sendo membro associado do Mercosul e membro pleno do Pacífico, não viu nos dois blocos uma oposição. Inclusive, o Chile cunhou uma frase que eu acho muito apropriada, que é ‘a convergência na diversidade’. Não somos iguais nem como países nem como blocos, Mercosul tem regras diferentes do Pacífico, mas isso não implica que não convirjamos pouco a pouco em tudo aquilo que for possível mais rapidamente e, posteriormente, o que for mais difícil, construindo uma aproximação, que vai ser benéfica comercialmente para todos”, afirma.
Georges Lamazière assegura que a visita da presidenta Dilma só vai garantir o fortalecimento das relações entre Brasil e Chile, que vêm sendo construídas ao longo do tempo. “[Essa visita] é um pouco também para comemorar a qualidade dessa relação, a qualidade do entendimento, discutir outros temas que possam surgir sobre a pauta internacional no qual o Brasil e o Chile sempre conversam com muita franqueza e de modo geral com muita convergência de ideias”, finaliza.
Fonte: Portal BRasil, com informações do Blog do Planalto