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Microcefalia: 4.268 casos suspeitos continuam em investigação

Já foram investigados e classificados 2.212 casos, sendo 863 confirmados para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central

O Ministério da Saúde e os Estados investigam 4.268 casos suspeitos de microcefalia em todo o País. Isso representa 65,9% dos casos notificados. O novo informe divulgado, nesta quarta-feira (16), aponta, também, que 2.212 casos foram investigados e classificados, sendo 1.349 descartados e 863 confirmados para microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita.

Os dados apresentados no informe seguem a Convenção Internacional para Distribuição dos dados epidemiológicos por Semana Epidemiológica, aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que são contadas de domingo a sábado. Ao todo, 6.480 casos suspeitos de microcefalia foram notificados desde o início das investigações no dia 22 de outubro do ano passado e registrados até 12 de março.

Esse número reúne tanto as notificações que preenchiam as definições dos protocolos anteriores como as notificações com os novos parâmetros adotados desde o dia 9 de março, que definiu o perímetro cefálico igual ou inferior a 31,9 centímetros para meninos e, para menina, igual ou inferior a 31,5 centímetros, para identificar casos suspeitos de bebês com microcefalia.

Os 863 casos confirmados ocorreram em 327 municípios, localizados em 19 Unidades da Federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Já os 1.349 casos foram descartados por apresentarem exames normais ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infeciosas.

Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos Estados, e a possível relação com o zika vírus e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, outros agentes infecciosos, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.

A Região Nordeste concentra 79,5% dos casos notificados, sendo que Pernambuco continua com o maior número de casos que permanecem em investigação (1.226), seguido dos Estados da Bahia (622), Paraíba (419), Rio de Janeiro (296), Rio Grande do Norte (277), Ceará (263), Maranhão (149), São Paulo (149), Tocantins (111), Mato Grosso (107) e Alagoas (104).

Ao todo, foram notificados 182 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 40 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 124 continuam em investigação, e 18 já foram descartados.

Do total de casos de microcefalia confirmados, 97 foram notificados por critério laboratorial específico para o zika vírus. No entanto, o Ministério da Saúde ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. A pasta considera que houve infecção pelo zika na maior parte das mães que tiveram bebês, cujo diagnóstico final foi de microcefalia.

Até o momento, estão com circulação autóctone do zika vírus 23 Unidades da Federação: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

O Ministério da Saúde orienta as gestantes a adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, como a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 12 de março de 2016
Regiões e Unidades Federadas Casos de microcefalia e/ou malformações sugestivos de infecção congênita Total acumulado de casos notificados de 2015 a 2016
Em investigação Confirmados Descartados
Brasil 4.268 863 1.349 6.480
Alagoas 104 35 99 238
Bahia 622 200 120 942
Ceará 263 49 83 395
Maranhão 149 43 27 219
Paraíba 419 87 331 837
Pernambuco 1.226 256 297 1.779
Piauí 62 56 27 145
Rio Grande do Norte 277 81 35 393
Sergipe 162 26 13 201
Região Nordeste 3.284 833 1.032 5.149
Espírito Santo 84 3 9 96
Minas Gerais 28 1 44 73
Rio de Janeiro 296 7 16 319
São Paulo 149 0 55 204
Região Sudeste 557 11 124 692
Acre 27 0 0 27
Amapá Sem registro Sem registro Sem registro Sem registro
Amazonas 9 0 1 10
Pará 19 1 0 20
Rondônia 4 3 4 11
Roraima 15 0 0 15
Tocantins 111 0 17 128
Região Norte 185 4 22 211
Distrito Federal 10 2 25 37
Goiás 90 7 20 117
Mato Grosso 107 3 68 178
Mato Grosso do Sul 3 2 11 16
Região Centro-Oeste 210 14 124 348
Paraná 5 0 22 27
Santa Catarina 1 0 1 2
Rio Grande do Sul 26 1 24 51
Região Sul 32 1 47 80

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde