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Navio Vital de Oliveira inicia viagem pela costa do Brasil

Pesquisadores embarcados irão pesquisar efeitos no Brasil da elevação da temperatura no hemisfério sul


por Portal Brasil


publicado:
01/12/2016 20h00


última modificação:
02/12/2016 09h46

Nesta quinta-feira (1°), o  Navio Vital de Oliveira inaugurou suas atividades. Cerca de 40 cientistas vão percorrer 1,5 mil quilômetros da costa brasileira na embarcação para desenvolver projetos de pesquisa. 

“Há muito tempo esperamos por esse momento, já que sabemos da importância do navio para a melhoria de nossas pesquisas costeiras, para a economia do País e para a segurança de nossas fronteiras marítimas”, afirmou o ministro Gilberto Kassab, que esteve no navio, atracado no Rio de Janeiro.

O navio só deve retornar à costa em 22 de dezembro. “O Vital de Oliveira é muito importante para os estudos da ciência do mar, permitindo pesquisas no oceano, que é um modelador do clima no mundo e, em especial, no Brasil, levando calor para o hemisfério norte”, explicou a pesquisadora Ana Luiza Spadano, da Universidade Federal Fluminense, chefe da expedição.

Estudos

Conforme explicou Ana Luiza, serão feitos 54 levantamentos em toda a viagem para saber como a elevação da temperatura no hemisfério sul pode prejudicar o clima no Brasil, provocando furacões, secas, inundações e eventos extremos como ciclones.

Segundo o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, em janeiro está prevista a partida do navio para a Elevação do Rio Grande.

O navio Vital de Oliveira

Construído pelo estaleiro Guangzhou Hantong Shipbuilding and Shipping Co. Ltd., na cidade de Xinhui, na China, a embarcação foi batizada em homenagem ao capitão-de-fragata Manoel Antonio Vital de Oliveira, morto na Guerra do Paraguai em 2 de fevereiro de 1867, no bombardeio a Curupaiti, a bordo do Monitor Encouraçado Silvado, do qual era comandante.

Incorporado à frota da Marinha do Brasil, tem autonomia para ficar 30 dias em alto-mar e capacidade para abrigar 90 tripulantes e 40 pesquisadores, contando com 28 equipamentos de última geração para coletar dados físicos, químicos, geológicos e biológicos dos mares.

Um dos equipamentos disponíveis é o veículo de operação remota (ROV, na sigla em inglês), que pode atuar a uma profundidade de 4 mil metros. Cinco laboratórios, sendo dois molhados e três secos, também integram a embarcação.

Adquirido em 2013 por aproximadamente R$ 162 milhões, o navio é fruto do acordo de cooperação firmado entre os ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Defesa (MD), a Marinha do Brasil e as empresas Petrobras e Vale. Ele foi lançado ao mar em setembro de 2014 e chegou ao Brasil em julho de 2015.

O MCTIC, o MD e a Marinha investiram R$ 27 milhões cada. A Vale e a Petrobras aportaram, respectivamente, R$ 70 milhões e R$ 38 milhões.

Fonte: Portal Brasil, com informações do MCTI