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Reabilitados, peixes-boi são devolvidos aos rios da Amazônia

O tempo de reabilitação do animal pode levar seis anos em cativeiro e mais dois anos em semicativeiro até a reintrodução na natureza


publicado:
02/03/2016 12h46


última modificação:
03/03/2016 15h58

Quatro peixes-boi foram devolvidos aos rios da Amazônia no último domingo (28) pela equipe do Projeto Mamíferos da Amazônia, uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). Os animais, vítimas da caça ilegal, foram resgatados, reabilitados e reintroduzidos à natureza.

O local escolhido pelos pesquisadores foi a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus, a 70 quilômetros da cidade de Beruri (AM), região onde dois deles foram resgatados, o Mapixari e o Matupá.

Agora, os animais serão monitorados. Cada peixe-boi recebeu um cinto transmissor, que permite o acompanhamento durante dois anos. “Não estamos soltando esses animais na natureza. Estamos reintroduzindo. E a natureza é bela, mas é hostil. Precisamos saber se eles estão se alimentando, a que velocidade estão nadando, a que profundidade estão mergulhando e se estão migrando na época certa, quando as águas dos rios baixam”, explica a pesquisadora do Inpa Vera da Silva, coordenadora do projeto.

O Inpa tem hoje 55 peixes-boi em cativeiro, mantidos em tanques, e 11 animais em semicativeiro, em um lago de 13 hectares em Manacapuru, próximo a Manaus (AM). O tempo de reabilitação do animal pode levar seis anos em cativeiro e mais dois anos em semicativeiro até a reintrodução na natureza.

O projeto de proteção da espécie começou em 1978, quando o Inpa recebeu o primeiro filhote. Com poucas semanas de vida, os animais perdiam as mães para a caça e eram levados para o Instituto. “Nós tínhamos que alimentá-los artificialmente, com mamadeiras, porque o tempo de amamentação de um peixe-boi pode durar dois anos”, diz a pesquisadora.

O peixe-boi foi caçado intensivamente no Brasil desde o período colonial para consumo da carne e aproveitamento do couro e da gordura. 

Fonte: Portal Brasil, com informações do MCTI