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Comunidade do AM receberá usina de processamento de frutas

Alimentos produzidos na comunidade Boa Esperança passarão por tratamento industrial, com foco na geração de renda e melhoria da qualidade de vida


publicado:
05/02/2016 12h24


última modificação:
05/02/2016 12h24

OS Moradores da comunidade Boa Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, no Amazonas, estão se organizando para a instalação de uma usina de beneficiamento de polpa de frutas. O Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), vai ajudar na implementação da unidade ainda no primeiro semestre deste ano. A previsão é de que o Instituto Mamirauá faça a implementação da usina, financiada pelo Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ainda no primeiro semestre deste ano.

No final de janeiro, a equipe do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, esteve na comunidade para realizar a primeira oficina do projeto. Durante os dois dias de atividades, foram discutidas questões como a produção anual dos agricultores da comunidade, a identificação de frutas potenciais para a atividade, o calendário de produção e as etapas de processamento das frutas. Também foram definidos tópicos referentes à organização da comunidade para as obras e outros encaminhamentos do projeto.

Considerando o período da cheia, a comunidade está localizada a aproximadamente 120 quilômetros de Tefé, o município mais próximo da localidade, onde os agricultores familiares costumam vender sua produção. De acordo com Jesuy Tavares Monhões, presidente da comunidade Boa Esperança, grande parte da produção de frutas é desperdiçada, em função das dificuldades de transporte para a cidade ou de armazenamento na própria comunidade. 

“Hoje, a produção é vendida para a cidade. Existe essa variedade de mercado. Mas a maioria da produção finda mesmo se estragando aqui, na própria comunidade. Pra levar uma quantidade de produção pra Tefé, se estraga. E, se for avaliar, o preço não compensa”, afirmou Jesuy.

A viagem para Tefé é feita geralmente de canoa com pequeno motor e pode durar dez horas, a depender da época do ano e do fluxo do rio. A alta temperatura da região e o modelo de transporte contribui para uma perda rápida da produção agrícola.

No final de janeiro, a equipe do Instituto Mamirauá esteve na comunidade para realizar a primeira oficina do projeto. Durante as atividades, foram discutidas questões como a produção anual dos agricultores da comunidade, a identificação de frutas potenciais para a usina, o calendário de produção e as etapas de processamento das frutas. 

De acordo com a coordenadora do Programa de Manejo de Agroecossistemas do Instituto Mamirauá, Fernanda Viana, o projeto propõe a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica para o funcionamento dos equipamentos.

“Junto com essas oficinas, a comunidade vai ser contemplada com três freezers, um sistema de energia solar bem robusto para alimentar esses equipamentos com energia, um sistema de captação de água da chuva e um sistema de captação de água de poço. A ideia é que esses sistemas de captação das águas tragam água de qualidade para o funcionamento da usina e melhore o acesso à água tratada para toda a comunidade”, reforçou.

Captação de água

A comunidade já possui o espaço onde será implementada a usina. Como contrapartida, os moradores da Boa Esperança se comprometeram a reformar e fazer as adequações necessárias no local, assim como construir a base para o sistema de captação de água do poço artesiano.

O técnico em tecnologias sociais do Instituto Mamirauá, Otacílio Brito, reforça que os sistemas de captação de água vão atender a dois objetivos: o funcionamento da usina e o abastecimento da comunidade. “A água vai ser para uso na usina de beneficiamento de polpa de frutas, de forma especial, porque eles vão manipular alimentos e precisam de água de qualidade. Então, além de ser uma água de poço, essa água também passa por um processo de tratamento por filtros. Eles vão ter provavelmente 25 litros de água por dia o que, com certeza, vai atender a demanda da comunidade” reforçou Otacílio.

O sistema de energia solar fotovoltaica, que será instalado, tem um diferencial: vai ser um sistema híbrido, para funcionar tanto com energia solar quanto com energia da pequena unidade termelétrica da comunidade.

Fonte: MCTI e Instituto Mamirauá