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Programa Mulheres Mil capacita primeira turma de mulheres transexuais

Seleção ocorreu mediante parceria do programa com a ONG Pró-Vida, que desenvolve projetos junto ao público LGBT em Alagoas


por Portal Brasil


publicado:
19/05/2017 19h07


última modificação:
19/05/2017 19h07

A primeira turma voltada para mulheres transexuais do Programa Mil Mulheres, do Ministério da Educação, conclui o curso neste mês. 

A seleção das 28 alunas ocorreu mediante parceria do Mulheres Mil com a ONG Pró-Vida, que desenvolve projetos junto ao público LGBT em Alagoas.

O programa promove a valorização de mulheres em situação de vulnerabilidade. A iniciativa é pioneira e partiu do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), que elaborou o projeto piloto junto a moradoras de Benedito Bentes, um bairro carente de Maceió, capital do estado. 

Em um mercado tradicionalmente dominado por homens – o de pintura de obras prediais –, um grupo de seis transexuais, da Turma da Diversidade do Mulheres Mil, abre caminho para vencer o preconceito por meio da qualificação profissional e da inclusão econômica.

“Promover a capacitação de mulheres transexuais e travestis por meio do programa Mulheres Mil é oferecer oportunidade de inserção ao mundo do trabalho e de inclusão social para pessoas em situações de vulnerabilidade não só em Alagoas, como em todo o País”, avalia a secretária de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eline Nascimento. “O retorno dessas alunas às salas de aula é marcado pela sensibilidade e pela perseverança.”

Dentre as transexuais matriculadas na Turma da Diversidade, Isadora Alves da Silva, 35 anos, alimenta boas expectativas: “Acho que, com o curso, as pessoas podem ver a gente com outros olhos”. Sua história tem traços em comum com a de outras colegas: precisou interromper os estudos para sustentar a família, chegou a se prostituir para sobreviver e enfrentou preconceito.

Também matriculada na Turma da Diversidade, Drika Guedes, 25, já traçou os passos para quando sair do curso. Quer se dedicar à pintura artística de ambientes. “Inicialmente eu não tinha interesse neste curso, mas, como trabalho com desenho, sou maquiadora, achei viável”, diz. Foram de Drika as ideias para a decoração de paredes de uma creche de Maceió, atividade que a turma desenvolveu, como projeto de conclusão de curso.

Centrada em seu objetivo – trabalhar com revitalização de interiores e com cenários –, Drika demonstra preparo para enfrentar resistências: “O preconceito não é como eu lido, mas como as pessoas lidam. Sempre tem olhares… O mercado ainda é muito preconceituoso, não apenas para as trans, mas para todas as mulheres”.

Fonte: Ministério da Educação (MEC)