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Projeto Ilhas do Rio inicia pesquisas sobre baleias e golfinhos

Iniciado em 2011, projeto já fez levantamento científico da flora e fauna da região no litoral do Rio de Janeiro


publicado:
22/02/2016 12h16


última modificação:
22/02/2016 12h16

O Projeto Ilhas do Rio, iniciado em 2011 para proteção do conjunto das Ilhas Cagarras, no litoral do Rio de Janeiro, vai entrar em sua terceira fase neste ano, com pesquisas marinhas de peixes recifais e estudos de cetáceos, como baleias e golfinhos, de aves e da flora, além de atividades de mergulho. A meta é contribuir para o plano de manejo elaborado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).

O programa ampliou sua abrangência nas áreas que compõem o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, unidade de conservação local, para quatro conjuntos de ilhas do litoral do Rio, incluindo a Ilha Rasa e os arquipélagos de Maricás e Tijucas.

“Assim como ocorreu nas Cagarras, o objetivo é fazer um levantamento científico do que havia ali, do que ocorria e o seu impacto”, disse o supervisor de Pesquisa Científica do projeto, Carlos Rangel.

Flora e fauna

Na primeira e segunda fases, os pesquisadores fizeram o levantamento da biodiversidade marinha e terrestre da flora e da fauna e monitoramento das atividades, trabalhando em paralelo com ações de mobilização social e educação ambiental. Foi descoberto um sítio arqueológico tupi-guarani situado no cume da Ilha Redonda, datado por especialista do Museu Nacional no período pré-colonial brasileiro, compreendido entre 1435 e 1495.

“Você ter um sítio arqueológico em uma ilha que era pouco estudada, dentro de uma unidade de conservação, já é um dado bastante relevante”, avaliou Rangel. Foram mapeadas quase 200 espécies de plantas e 600 animais.

Dentre as espécies da fauna levantadas pelos pesquisadores, se destaca uma perereca de bromélia (Scinax gr.perpusillus) que, embora não tenha sido ainda identificada, sinaliza ser uma nova espécie para a ciência, porque vive dentro da bromélia e tem a característica de ser exclusiva de ilhas costeiras, como as existentes na costa de São Paulo, disse Rangel.

“Provavelmente, é uma espécie nova para a ciência porque ela se especializa dentro de uma ilha e não se locomove. Fica nessa ilha, dentro da bromélia a vida toda”. Outra espécie coletada na Ilha Redonda foi uma barata sem asas (Hormetica sp.) que abre a possibilidade de ser outra nova espécie para estudo científico.

Todas os dados coletados no campo de pesquisas são utilizados para a educação ambiental por meio de atividades que o projeto organiza, como exposições itinerantes e interativas, palestras em escolas e universidades e no centro de visitantes da Colônia de Pescadores de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde se divulga o projeto, contribuindo para a proteção dos ecossistemas.

Fonte: Agência Brasil